O conceito político de desigualdade é um eufemismo que só é usado por dois tipos de pessoas: as que têm inveja e as que querem o voto destas últimas. Não existe um problema de desigualdade, existe um problema de pobreza. A fome, o desespero, a doença, a fragilidade, não se coadunam com eufemismos. Sendo que "a dignidade humana exige [...] que o homem actue segundo a sua consciente e livre escolha, isto é, movido e determinado por convicção pessoal interior, e não por um impulso interior cego, ou por mera coação externa", a pobreza deve ser combatida não por ser injusta mas porque é um atentado a essa mesma dignidade.
As pessoas que afirmam preocupar-se com a desigualdade, dependendo do extremo do espectro onde se encontram, ou sentem um misto de inveja e ressentimento ou são assombradas pela culpa. Como diz o Roger Scruton, ao contrário dos Estados Unidos onde a sociedade é fundada na dádiva e não na reivindicação, na Europa a sociedade é baseada em "direitos humanos" que não passam de exigências mesquinhas. Ao continuarmos a falar de desigualdade como algo de imoral estamos a perpetuar esta visão de que o sucesso é sempre injusto, mesmo quando é merecido, pela simples razão de que nem todos o podem ter.
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