As medidas dirigidas às PMEs cumprem uma regra básica da política: as políticas públicas só fazem sentido se for possível identificar claramente os seus beneficiários. As PMEs por representarem a maioria do emprego, das exportações, das empresas, etc., caem forçosamente no proverbial absurdo das generalizações. No entanto, nada como a frieza de uma definição estatística para tornar evidente quem vai receber o quê.
Cozinhar legislação destinada à generalidade dos portugueses pode ser um princípio louvável mas, em última análise, significa que ninguém se sentirá verdadeiramente beneficiado. As políticas ideais serão sempre o mais abrangentes possível sem, contudo, serem totalmente abrangentes. Mesmo que tudo o resto falhe, só o sacrifício de alguns a favor de outros é que prova a intencionalidade da complacência governativa. Como no caso da corrupção, também em política é possível existir beneficiação passiva sem existir beneficiação activa, no entanto, e ao contrário do que se passa com a corrupção, em política, a falta de reciprocidade é chamada incompetência.
Há 3 horas
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