10.12.09

Sem Fé (II)


No artigo "Bootleggers and Baptists in Retrospect", o Bruce Yandle faz uma revisitação aplicada às regulações ambientais de um artigo que escreveu em 1983 sobre a estranha coligação de interesses entre "baptistas" e "contrabandistas" na defesa de determinadas leis e regulações. Enquanto os primeiros defendem uma qualquer política com base em valores ditos nobres, os segundos defendem precisamente a mesma política com base em valores totalmente opostos aos dos "baptistas". Na história original, os baptistas defendiam a proibição de consumir álcool ao domingo por motivos religiosos. Os contrabandistas agradeciam essa proibição porque lhes permitia vender álcool ilegalmente no dia do Senhor.

Por muito que custe aos pregadores da necessidade imperiosa da redução de emissões de carbono em nome da salvação do mundo, é a existência de "contrabandistas" por entre as suas fileiras que lhes permitiu chegar a Copenhaga e apresentar ao mundo a factura desta duplicidade. A moralidade como critério político, na maior parte dos casos, não tem qualquer significado. Os maus não estão só no campo dos opositores do "consenso", são também eles que o redigem.

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