Com a crise a alastrar, há a tendência para pensar que os acontecimentos são tão avassaladores que qualquer partido que estivesse no governo teria necessariamente de tomar as mesmas opções que foram tomadas pelo PS. À falta de melhor justificação, pode-se sempre recorrer ao chavão da necessidade de "coordenação internacional" para provar a inevitabilidade das políticas socialistas.
Como já o referi aqui, este é um raciocínio falacioso. Estas políticas só são inevitáveis para o governo. A necessidade de concorrência democrática torna-se evidente quando, a reboque deste unanimismo, se lêem coisas como "um privilégio que o Estado concede aos particulares". A excepcionalidade que nos querem impingir faz com que esta repelente escola de pensamento que vê o Estado como um agente de transformação da sociedade volte a ser perigosa. Não tanto pela concepção de Estado em si, mas pelo totalitarismo que ela sugere.
Numa primeira análise, diria que defender a "socialização da economia" é apenas absurdo. No entanto, o facto de aparentemente isto não ser absurdo para algumas pessoas que nos governam com maioria absoluta, obriga-nos a uma reavaliação. Nestas condições, quando alguém se oferece para descodificar o interesse geral, mais do que absurdo, isso é assustador.
Há 7 horas
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