8.3.09

Limites Telegénicos da Direita: a Cobardia

Há quem queira infamar o moralismo acusando-o de intolerância mas, para o moralista, a intolerância não é mais do que um sub-produto desprezível da convicção. Ser um fanático tem a vantagem de minimizar os tremores. Recusar o fanatismo, andar à deriva nas águas mornas do compromisso, pode ser panegírico mas tresanda a medo, a calculismo. Nesse aspecto, a cegueira também tem outra característica decisiva: a sinceridade. Como se sabe, não há nada mais eficaz, mais tocante, do que um político convictamente "verdadeiro".

Curiosamente, a nossa direita parece não estar particularmente interessada em defender aquilo em que acredita. Tem simultaneamente medo do peso eleitoral do centro e medo de mostrar as suas verdadeiras cores. Tem a fama sem ter o proveito mas gostava mesmo era de ter o proveito livrando-se da fama. Face ao preconceito contra tudo o que é rotulado como sendo de direita, a resposta é alternadamente a vitimização, a paralisia ou o malabarismo eleitoral. Nunca a ousadia de quem acredita verdadeiramente nas suas próprias propostas. É este o resultado de confundir opiniões com princípios e posicionamento com liderança.

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