18.11.09

A Igualdade Como um Gueto

No papel, a educação e a saúde nacionais têm muito em comum. Supostamente são ambas universais e gratuitas. Supostamente criariam ambas condições básicas para que todos os portugueses pudessem gozar de uma vida longa e próspera. Pelo menos de acordo com esse proto-programa político que é a Constituição da República Portuguesa. O problema é que a realidade não se encaixa no socialismo. Ao tentar impor pela via burocrática um determinado modelo de organização da sociedade, o Estado condenou à igualdade aqueles que não lhe podem escapar.


(imagem daqui)

Há quem fique contente por ver os portugueses a gastar 483 milhões de euros em seguros de saúde. Afinal de contas, desde que esses portugueses continuem a financiar o SNS até se agradece se não ajudarem a entupir os hospitais e centros de saúde públicos. No entanto impõe-se uma interpretação que vá além deste "os ricos que paguem a saúde".

Apesar de pagarem o sistema público, estas pessoas preferem pagar mais uma vez para terem também acesso à saúde privada. Ou seja, quem tem dinheiro para poder escolher, não escolhe o SNS. Esta extravagância só pode ter uma de duas explicações: ou o SNS não funciona, ou os portugueses são umas bestas. A primeira, inegável, é mais uma prova da incompetência do Estado como fornecedor de serviços. A segunda, a confirmar-se, seria apenas mais uma encarnação do fiasco da tal educação universal e obrigatória. É escolher. Qualquer uma delas devia ser inaceitável para um socialista.

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